Como nossos pais influenciam em nossas relações

"Não tenho sorte no amor",  "Meu dedo é podre", "Antes só do que mal acompanhada". Se você já se pega falando frases como essas, é melhor voltar no tempo e relembrar como tanto seus pais quanto vocês se relacionavam, porque aí está a chave para compreender como suas relações são construídas.

Quando crianças, nossos pais muito representam para nós. Por dependermos deles, desejamos ser amados e aceitos por nosso pai e nossa mãe. O primeiro convívio social é justamente com eles, sendo referência em comportamentos. Por serem aqueles que nos

defendem, ocupam a posição de heróis e de modelos perfeitos. Bingo!  Filho de peixe, peixinho é. 

A história de que "são crianças, nada entendem" é puro equívoco. A criança aprende não pelas palavras, mas pela conduta de seus genitores, imitando-os caso seja uma relação positiva, ou buscando o inverso de suas ações, caso vivam em um relacionamento hostil. 

Criamos esses modelos e os utilizamos em nossa vida adulta. Crianças orgulhosas de serem bem comportadas crescem adultos inseguros e com medo de incomodar. Crianças que ouviam sempre sobre os sacrifícios dos pais por elas, tendem a desenvolver sentimento de culpa e necessidade de reparação, refletindo em seus parceiros quando adultos. Ainda existem adultos que buscam relacionamentos na tentativa de compensar carências infantis.

Conseguimos quebrar esse padrão por meio do autodescobrimento. É necessário resgatarmos nossas histórias, olharmos para nossos pais com o olhar maduro, sabedores de que são seres falhos e com suas próprias dificuldades. Saber diferenciar o que é nosso do que é deles é essencial para que não continuemos a absorver padrões que não nos pertencem. Cada um tem a sua história, a sua experiência, seu caminho único, construído no coletivo.

Identificar os padrões construídos e repetidos em nossos relacionamentos nos faz ver o quanto somos influenciados pelas experiências do passado.  Ao entendermos esse quebra-cabeça, conseguimos escrever uma nova história ao nos ressignificarmos como protagonistas e redesenharmos as demais personagens nesse enredo. Para um olhar apurado e imparcial,  o auxílio de um profissional nesse processo é importante.